Foi realizado durante o I Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária debate sobre a Rede de Cartografias Colaborativas, apresentando as potencialidades do mapeamento cultural colaborativo e sua dinâmica de uso. Além disso, foi realizada oficina prática junto a representantes do Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, México e Uruguai para fins da criação do Mapa Participativo da Cultura Viva Comunitária.
De acordo com João Paulo Mehl, integrante do Coletivo Soylocoporti e diretor da Ethymos Soluções em Web, o objetivo da rede é oportunizar condições efetivas de transformação social a partir do olhar no território em que se vive, agregando iniciativas de maneira a engrossar a discussão da “Malha Cartográfica Livre” e de uma “Malha Pública de Dados”.
João Paulo Mehl apresentou uma proposta de mapeamento das iniciativas culturais da América Latina. Imagem: Gustavo Castro.Iniciativas culturais latino-americanas no mapa
A ferramenta apresentada consiste numa tecnologia alternativa para mapeamento, que permite criarmos nossos próprios processos de georreferenciamento, e no caso da integração cultural latino-americana, saber onde estão as iniciativas que atuam com essa temática. Além de localizar os pontos, é possível incluir no mapa arquivos de vídeo, texto e foto; também é possível colocar as iniciativas no Open Street View (um programa similar ao google maps, mas de código aberto). O mais importante na hora de planejar o mapeamento é organizar e qualificar os dados por meio da definição de categorias – no caso do mapeamento cultural, dividir entre as organizações que são centro culturais, que atuam com comunicação, teatro etc.
A intenção é fazer um mapa da Cultura Viva Comunitária e o ponto de partido foi o cadastro das organizações presentes no Congresso. “Além disso, qualquer organização que quiser ter essa tecnologia, que envolve mapa, site e gerenciamento de contatos, pode entrar em contato porque será disponibilizado”, indicou Mehl.
Imagem: Gustavo CastroCompartilhar para mapear
Mehl defende que “temos que juntar as experiências, não precisamos usar todos as mesmas tecnologias, mas o mais importante é o intercâmbio e a organização dos dados”, sendo que a proposta é compartilhar metodologias e recursos com outras iniciativas similares. O desafio é definir um padrão para intercambiar esses dados – por isso a necessidade do diálogo e da articulação entre as organizações de cartografia colaborativa e da rede de desenvolvedores, “pra que a cultura viva comunitária seja acessível em qualquer parte do mundo. É isso que queremos construir, mas só poderemos fazer isso juntos, com a colaboração de todos”, conclamou.
Esse texto é uma contribuição para a Comunicação Compartilhada do I Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária e foi produzido por Michele Torinelli, comunicadora e integrante do Coletivo Soylocoporti. A iniciativa consiste no entendimento da comunicação como ação política e não apenas como canal de circulação de informações. Trata-se de um processo de interpretação da realidade desenvolvido colaborativamente em contraposição à lógica competitiva da mídia de massas. Para saber mais, acesse: www.congresoculturavivacomunitaria.org/
Este post está disponível também em: Espanhol
Clique aqui para acessar o Mapa Participativo da Cultura Viva Comunitária: